29.9.10

PEACE / PAZ

Perched upon the muzzle of a cannon
A yellow butterfly is slowly opening and shutting its wings.

*

Pendurada no focinho de um canhão
Uma borboleta amarela abre e fecha lentamente suas asas.

Amy Lowell

com a tradução de

Miguel Martins

Telhados de Vidro, N.º 14 . Setembro . 2010

25.9.10

A história da consciência como nunca a tínhamos ouvido contar - livros - Ípsilon

Com a devida vénia, aqui deixo a ligação para a notícia publicada por Ana Gerschenfeld, no suplemento ípsilon, do Público, sobre o novo livro de António Damásio, O Livro da Consciência.
A história da consciência como nunca a tínhamos ouvido contar - livros - Ípsilon

22.9.10

Ciberescritas » Ferreira Gullar: fica o não dito por dito

Com a devida vénia, deixo aqui a ligação para uma excelente entrevista da jornalista Isabel Coutinho ao Poeta Ferreira Gullar: Ciberescritas » Ferreira Gullar: fica o não dito por dito

18.9.10

[Um sulco, um só soluço, um latejar,]

9.


Um sulco, um só soluço, um latejar,
um lenço de caruma sobre a areia,
um fermentar interno, uma colmeia,
um deslizar da âncora no fundo.
......................................................
......................................................
......................................................
......................................................

Mário Cláudio

Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga, Prefácio de José Carlos Seabra Pereira, Desenhos de Júlio Resende, arcádia, Edição Babel, Maio de 2010

14.9.10

[as mãos perderam as asas]

8.


as mãos perderam as asas.
com a queda
os ossos
ficaram com um punho de terra.

José Félix

Teoria do Esquecimento, Edição Temas Originais, Lda., Coimbra, Maio de 2009

12.9.10

[Quatro seitas]

Quatro seitas
O mesmo sono
sob a lua cheia

Matsuo Bashô

O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO, Antologia poética, Versões de Jorge de Sousa Braga, Assírio & Alvim, Fevereiro de 2006

9.9.10

OS USURÁRIOS

Monstros ornitomorfos,
em grandes jaulas negras,
os usurários.

Aí está Topete Branco (Grande Usurário Real)
e o Usurário-Abutre, o das grandes planuras,
e o Torpedo Vulgar, que devora os filhos,
e o Rabidaga de cauda desprezante,
que devora os próprios pais,
e o Vampiro Mergánsar,
que chupa sangue e voa sob o mar.

No ócio forçado
de suas enormes jaulas negras,
os usurários contam e recontam as plumas
e trocam-nas a juros.

Nicolás Guillén

O GRANDE ZOO, Centelha - Promoção do Livro, SARL, Coimbra, 1973

6.9.10

A VITÓRIA ESSENCIAL

Foi sempre um único homem um pobre homem
que durante séculos e séculos
levantou esta mão que eu levanto agora
na solidão do mundo
em vão sempre e não em vão
em revolta absoluta de incontível humanidade
levanto esta mão que levanto agora
contra
a prepotência diabólica
que um dia será cinza da sua vergonha inominável
cinza sem futuro
absorvida pelo azul da realidade humana essencial.

António Ramos Rosa

                                                                       in Choque e Pavor, 2003

O POETA NA RUA, Selecção e Prefácio de Ana Paula Coutinho Mendes, Quasi Edições, Julho de 2005