2.12.08

VIVER NÃO É DEMAIS

Daqui, da planície dos telhados
quando a brisa duriense se atordoa
do gritar das andorinhas e pardais
no fim de tarde de Outono
eu digo que viver não é demais.


Desta lição das horas escoadas
por entre a fímbria de ilusões finais
o ar tingido, as casas encostadas,
vai pelo Douro abaixo o meu poema
enquanto eu sinto que viver não é demais.


Enquanto digo que viver é muito mais
passeia a tarde pela luz de Outono
enfim acalmo com as primeiras sombras
no mostrador do tempo nem os dias são iguais.


Fernando Morais