Foi sempre um único homem um pobre homem
que durante séculos e séculos
levantou esta mão que eu levanto agora
na solidão do mundo
em vão sempre e não em vão
em revolta absoluta de incontível humanidade
levanto esta mão que levanto agora
contra
a prepotência diabólica
que um dia será cinza da sua vergonha inominável
cinza sem futuro
absorvida pelo azul da realidade humana essencial.
António Ramos Rosa
in Choque e Pavor, 2003
O POETA NA RUA, Selecção e Prefácio de Ana Paula Coutinho Mendes, Quasi Edições, Julho de 2005
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