A medo sai de casa, vai à rua,
a medo desce no elevador;
a medo olha o sol, mas é na lua
que leva a cabeça; por favor,
a medo diz a quem pára a seu lado
sem cuidar de manter outra distância;
a medo continua mascarado,
com medo de agravar a sua ânsia;
a medo dá a volta ao quarteirão;
a medo entra numa padaria,
a medo chama o dono e pede o pão,
a medo lava as mãos, tenha um bom dia:
com medo, o pacato cidadão
confina-se de novo, ou morde o cão.
© Domingos da Mota
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