O Inverno não dura sempre
névoa da nossa desilusão
Desce à terra nuvem que vogas
sobre a aridez da mentira
mil metros acima do chão
Abre-te ao nosso desejo
deixa florir tua água de mudança
nesta cidade em que tudo está à venda
e se pisam os dedos do mais fraco
e a sua dor
Trago na ponta da língua a indignação
e na mala a tiracolo uma carta
sem verdades seguras mas com esperança
num outro Abril
com plantas de luz
para ficarem
2006
Urbano Tavares Rodrigues
Horas de Vidro, [Poemas do Novo Século], Publicações Dom Quixote, Lda., Lisboa, Fevereiro de 2011
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