Perched upon the muzzle of a cannon
A yellow butterfly is slowly opening and shutting its wings.
*
Pendurada no focinho de um canhão
Uma borboleta amarela abre e fecha lentamente suas asas.
Amy Lowell
com a tradução de
Miguel Martins
Telhados de Vidro, N.º 14 . Setembro . 2010
«Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.» Livro dos Conselhos, El-Rei D. Duarte
29.9.10
22.9.10
Ciberescritas » Ferreira Gullar: fica o não dito por dito
Com a devida vénia, deixo aqui a ligação para uma excelente entrevista da jornalista Isabel Coutinho ao Poeta Ferreira Gullar: Ciberescritas » Ferreira Gullar: fica o não dito por dito
18.9.10
[Um sulco, um só soluço, um latejar,]
9.
Um sulco, um só soluço, um latejar,
um lenço de caruma sobre a areia,
um fermentar interno, uma colmeia,
um deslizar da âncora no fundo.
......................................................
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Mário Cláudio
Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga, Prefácio de José Carlos Seabra Pereira, Desenhos de Júlio Resende, arcádia, Edição Babel, Maio de 2010
Um sulco, um só soluço, um latejar,
um lenço de caruma sobre a areia,
um fermentar interno, uma colmeia,
um deslizar da âncora no fundo.
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Mário Cláudio
Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga, Prefácio de José Carlos Seabra Pereira, Desenhos de Júlio Resende, arcádia, Edição Babel, Maio de 2010
14.9.10
[as mãos perderam as asas]
8.
as mãos perderam as asas.
com a queda
os ossos
ficaram com um punho de terra.
José Félix
Teoria do Esquecimento, Edição Temas Originais, Lda., Coimbra, Maio de 2009
as mãos perderam as asas.
com a queda
os ossos
ficaram com um punho de terra.
José Félix
Teoria do Esquecimento, Edição Temas Originais, Lda., Coimbra, Maio de 2009
12.9.10
[Quatro seitas]
Quatro seitas
O mesmo sono
sob a lua cheia
Matsuo Bashô
O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO, Antologia poética, Versões de Jorge de Sousa Braga, Assírio & Alvim, Fevereiro de 2006
O mesmo sono
sob a lua cheia
Matsuo Bashô
O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO, Antologia poética, Versões de Jorge de Sousa Braga, Assírio & Alvim, Fevereiro de 2006
9.9.10
OS USURÁRIOS
Monstros ornitomorfos,
em grandes jaulas negras,
os usurários.
Aí está Topete Branco (Grande Usurário Real)
e o Usurário-Abutre, o das grandes planuras,
e o Torpedo Vulgar, que devora os filhos,
e o Rabidaga de cauda desprezante,
que devora os próprios pais,
e o Vampiro Mergánsar,
que chupa sangue e voa sob o mar.
No ócio forçado
de suas enormes jaulas negras,
os usurários contam e recontam as plumas
e trocam-nas a juros.
Nicolás Guillén
O GRANDE ZOO, Centelha - Promoção do Livro, SARL, Coimbra, 1973
em grandes jaulas negras,
os usurários.
Aí está Topete Branco (Grande Usurário Real)
e o Usurário-Abutre, o das grandes planuras,
e o Torpedo Vulgar, que devora os filhos,
e o Rabidaga de cauda desprezante,
que devora os próprios pais,
e o Vampiro Mergánsar,
que chupa sangue e voa sob o mar.
No ócio forçado
de suas enormes jaulas negras,
os usurários contam e recontam as plumas
e trocam-nas a juros.
Nicolás Guillén
O GRANDE ZOO, Centelha - Promoção do Livro, SARL, Coimbra, 1973
6.9.10
A VITÓRIA ESSENCIAL
Foi sempre um único homem um pobre homem
que durante séculos e séculos
levantou esta mão que eu levanto agora
na solidão do mundo
em vão sempre e não em vão
em revolta absoluta de incontível humanidade
levanto esta mão que levanto agora
contra
a prepotência diabólica
que um dia será cinza da sua vergonha inominável
cinza sem futuro
absorvida pelo azul da realidade humana essencial.
António Ramos Rosa
in Choque e Pavor, 2003
O POETA NA RUA, Selecção e Prefácio de Ana Paula Coutinho Mendes, Quasi Edições, Julho de 2005
que durante séculos e séculos
levantou esta mão que eu levanto agora
na solidão do mundo
em vão sempre e não em vão
em revolta absoluta de incontível humanidade
levanto esta mão que levanto agora
contra
a prepotência diabólica
que um dia será cinza da sua vergonha inominável
cinza sem futuro
absorvida pelo azul da realidade humana essencial.
António Ramos Rosa
in Choque e Pavor, 2003
O POETA NA RUA, Selecção e Prefácio de Ana Paula Coutinho Mendes, Quasi Edições, Julho de 2005
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