Arranca Pára
Pára Arranca
De súbito a tua cara
a tua barba branca
Em cima de um contentor
manobrando um guindaste
Pai Pai porque
me abandonaste?
Jorge Sousa Braga
O NOVÍSSIMO TESTAMENTO e outros poemas, Assírio & Alvim, Lisboa, Abril de 2012
«Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.» Ensaio sobre a cegueira, José Saramago
23.5.12
20.5.12
Por Timor
Afaga o sol, o sol
nascente à proa
de uma sarça de dor
atroz, tamanha:
a dor maior
do que as montanhas
- à mercê do cinismo
e do terror.
Acende a voz, agarra
o tempo e voa a salvar
o que resta em carne viva
da terra dizimada,
destruída
- que renasce das cinzas,
por Timor.
V. N. Gaia, Setembro de 1999
© Domingos da Mota
in UM GRITO POR TIMOR, Edição INATEL / Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, Dezembro de 1999
nascente à proa
de uma sarça de dor
atroz, tamanha:
a dor maior
do que as montanhas
- à mercê do cinismo
e do terror.
Acende a voz, agarra
o tempo e voa a salvar
o que resta em carne viva
da terra dizimada,
destruída
- que renasce das cinzas,
por Timor.
V. N. Gaia, Setembro de 1999
© Domingos da Mota
in UM GRITO POR TIMOR, Edição INATEL / Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, Dezembro de 1999
19.5.12
"Este coiso"
Parafraseando o conselho de José Saramago, em epígrafe, acrescento: se podes ouvir, escuta:
�lvaro Santos Pereira - O coiso by Alex Guerreiro
�lvaro Santos Pereira - O coiso by Alex Guerreiro
16.5.12
[A mesa está suja]
A mesa está suja
e a cadeira tem restos mortais
de tanta gente.
Onde pousar a próxima dúvida?
Rosa Alice Branco
CONCERTO AO VIVO, & etc, 2012
e a cadeira tem restos mortais
de tanta gente.
Onde pousar a próxima dúvida?
Rosa Alice Branco
CONCERTO AO VIVO, & etc, 2012
13.5.12
CARLOS PAREDES, 1990
Tinha pedido uma cerveja,
um pires de caracóis
e uma espécie de cinzeiro,
em frente ao convento do Carmo.
Aí mesmo tive de saber
a morte de Carlos Paredes.
Fazia sentido: ali mesmo,
entre ruínas, assisti
a um dos seus últimos concertos.
Era outro o céu - o céu
pobre de Lisboa, caindo
sobre a minha juventude. Mas
parece tão igual a perda,
o silêncio parado das mãos.
Quando o desastre chega,
pedimos mais cerveja
e aceitamos, por fim,
o calmo desfavor dos versos.
Manuel de Freitas
JUKEBOX, Edição Teatro de Vila Real, Abril, 2005
um pires de caracóis
e uma espécie de cinzeiro,
em frente ao convento do Carmo.
Aí mesmo tive de saber
a morte de Carlos Paredes.
Fazia sentido: ali mesmo,
entre ruínas, assisti
a um dos seus últimos concertos.
Era outro o céu - o céu
pobre de Lisboa, caindo
sobre a minha juventude. Mas
parece tão igual a perda,
o silêncio parado das mãos.
Quando o desastre chega,
pedimos mais cerveja
e aceitamos, por fim,
o calmo desfavor dos versos.
Manuel de Freitas
JUKEBOX, Edição Teatro de Vila Real, Abril, 2005
11.5.12
Bernardo Sassetti - Da Noite - Ao Silêncio
Junto, com a devida vénia, de um belo poema de Eugénio de Andrade:
"Faltava-te essa música ainda,
a do silêncio, fria de tão nua,
agora para sempre e sempre tua."
9.5.12
O Governo invisível
Com a devida vénia, um artigo de opinião de Baptista-Bastos que vale a pena ler, pois também por cá se sente duramente «o governo invisível dos poderosos» e dos seus títeres de turno:
O Governo invisível - Opinião - DN
O Governo invisível - Opinião - DN
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