O CASACO
Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
e sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no
lixo.
Ele queria amanhecer.
Manoel de Barros
POEMAS RUPESTRES, Editora Record, Rio de Janeiro . São Paulo, 2004
Sem comentários:
Enviar um comentário