O morcego é pardo com asas pregueadas
como algo posto de lado,
nem uma canção perpassa nos seus lábios,
ou algo perceptível.
O seu pequeno chapéu bizarramente fendido
descreve no ar
um arco de certo modo inescrutável -
enlevado filósofo!
Delegado de que firmamento
de que astuta residência,
empossado com que malevolência,
auspiciosamente retirado.
Ao seu destro criador
imputa não menos louvor;
beneficente podes acreditar
o seu excêntrico ar.
Emily Dickinson
(trad. Jorge Sousa Braga)
ANIMAL ANIMAL um bestiário poético, organização de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim, Fevereiro 2005
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